Um dia diferente
Uma visita de Cidadania

Foi de facto um dia diferente no âmbito do curso no que respeita a cidadania e profissionalidade.
Tivemos oportunidade de visitar o Museu da Presidência onde de facto a nossa História recente é evocada, não pelas ofertas presidenciais ao nosso país, de grande valor artístico e real, mas principalmente nos documentos históricos escritos pelas mãos dos próprios protagonistas. Realço os manuscritos e notas pessoais que nos apelam á alma para os desfolharmos e verdadeiramente conhecermos o pensamento desses grandes Homens que representaram Portugal. Conhece-los “em loco” não fazendo juízos de valor sobre os resultados do seu pensamento mas apenas olhando para a singularidade de em algum momento terem sido apoiados por um povo e terem representado uma nação.
Por isso não os devemos renegar porque eles fazem parte de nós e do nosso presente quer queiramos quer não. Conhece-los sem preconceitos, não como um mito, mas como Homens no seu pensamento e na sua acção viajando para um tempo onde a nossa História foi gravada pelo punho de cada um deles. Provavelmente não chegaríamos ao patamar intelectual dos artistas que traço a traço retrataram os nossos Presidentes e que na sua pose formal captaram a sua alma projectada no futuro com os olhos em Portugal, mas pelo menos entenderíamos que o nosso futuro como nação depende do verdadeiro entendimento do passado e da sua aceitação pelas gerações futuras. Por isso não reneguemos Portugal porque todos os dias se escreve por todos nós.
Depois foi subir pela Calçada da Ajuda até ao Palácio de Reis e Rainhas e ver o fausto da realeza que viviam os nossos primos …Sim porque está provado que cada um de nós tem pelo menos um gene de D. Afonso Henriques. Seria bom ter um décimo da sua herança contabilizando os juros desde há 200 anos. Mas não nos lamentemos porque a melhor herança é Portugal e corre-nos nas veias e a Republica chegou para acertar as contas pela verdadeira democracia participada e responsável. Reis e rainhas foram também grandes homens e mulheres que construíram a nossa identidade e também na sua vida relegaram-nos não só a nós mas também à Humanidade feitos históricos em todos campos desde a astronomia à navegação, à biologia à geografia à cartografia até à arte à moral e à ética. E D. Carlos não merecia aquele fim. Cada um teve o seu papel na construção do que somos hoje em dia, lamentável é que por vezes construamos Palácios de insensibilidade e ignorância isolando-nos da realidade grandiosa e abrangente que é a nossa verdadeira identidade.
Foi por isso uma visita ao passado mas também ao presente que me apelou a esta pequena e humilde reflexão porque não é meu hábito reflectir por escrito. Penso que serviu pelo menos para me aguçar a curiosidade por outras visitas culturais. Publico aqui algumas fotos para a história do Curso IGRI01.
Carlos Cunha
02-10-08